21 agosto 2018

Olmo e a Gaivota



Ganhador do Prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio em 2015, Olmo e a Gaivota (2014) é o segundo filme da diretora Petra Costa, co-dirigido por Lea Glob, diretora e roteirista dinamarquesa. Após o sucesso de Elena (2012), Petra foi muito bem recebida e ganhou boa reputação no meio cinematográfico brasileiro. O seu mais recente filme de 2015 se mantém na linha tênue entre documentário e ficção, uma mesclagem do desejo de ambas diretoras.

Ambientado na França, o longa apresenta a vida de um casal de artistas de teatro: Olivia e Serge. Em meio a ensaios da peça em que estão encenando, A Gaivota, de Tchekhov, Olivia descobre estar grávida. Por conta disso, ela se depara com o impedimento de continuar a exercer sua profissão de atriz. Acompanhamos, assim, o conflito interno da mulher dentro de seu apartamento no quinto andar.

Apesar de se aproximar da ficção, o filme esbanja elementos do documentário, como imagens de arquivo e até mesmo uma interação com Petra, a diretora do filme. Nesse sentido, é impossível considerar a obra como de apenas ficção. A ousadia de realizar um filme que está entre essas duas variações narrativas demonstra a coragem da diretora em se aventurar por esse mundo, criando um filme original que trata de um assunto pouco representado na arte: a mulher no momento da gravidez.

A fotografia é muito sensível, a câmera é como o olhar do espectador, ela segue em direção ao que se quer ver. Não há um padrão clássico de imobilização e a câmera como algo distante. Ela está lá presente o tempo inteiro e seus constantes movimentos são como o de alguém que nos guia em diferentes direções, para que tenhamos diferentes perspectivas.



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